Quando falamos sobre o custo da tecnologia aqui no Brasil, automaticamente associamos aos impostos que representam aquela generosa parcela de nossos salários.
E não está errado. Segundo pesquisas do Banco Mundial do ano de 2018 feitas com 125 países, o Brasil estava entre os cinco mais caros no seguimento da tecnologia. Isso se dá não só pelos impostos, mas também entre gastos com frete e seguro, taxas de importação e tributos como o Impostos sobre Produtos Industrializados (IPI) e Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que em alguns casos, podem chegar a 97% do valor final dos produtos.
Um exemplo muito clássico é o custo do iPhone. Na sexta-feira do dia 18, o custo do smartphone lançado em sua décima primeira versão estava em cerca de R$5 mil reais, um pouco abaixo em relação ao modelo XR do ano de 2018 mesmo com a alta do dólar, mas ainda sim inacessível para a maioria dos brasileiros. Vale considerar ainda que o preço aumenta dependendo do armazenamento capacitivo do aparelho.
Em outros anos, como 2011 e 2014, já foi possível comprar dois aparelhos lá fora pelo preço de um celular da marca no Brasil. Não à toa, muita gente já chegou a considerar pagar uma passagem para o exterior só para comprar um celular. O mesmo também valeu, durante uma boa época, com o PlayStation 4, outro item pop do mundo da tecnologia.
A Paridade do Poder de Compra (PPC) é um cálculo denominado pelos economistas que comparam os preços através de um sistema artificial de câmbio entre moedas, baseado na cotação de um único produto, como o preço do Big Mac, o lanche do Mc Donald’s, em diferentes países.
O Produto Interno Bruto (PIB) per capita é outra forma de entender o custo do produto entre os países, isso porque mostra a relação entre o custo de vida em um determinado país e o valor do iPhone, no qual o valor total do PIB da nação é dividido pelo número de habitantes.
Com a eliminação das taxas e impostos, as pesquisas do Banco Mundial afirmam que o Produto Interno Bruto per capita aumentaria perto de 1,5% ao ano. Isso quer dizer que a adoção de tecnologias tem o potencial de elevar o crescimento da produtividade, a criação de empregos e os salários, melhorando a qualidade de vida das pessoas. O documento diz ainda que a mobilidade social é maior em áreas onde há mais cobertura de internet.
Em 2015, o Brasil destinou 4,5% de seu Produto Interno Bruto (PIB) a programas de apoio a empresas, como subsídios e desonerações. Eles foram criados para tentar compensar a perda de competitividade das empresas brasileiras por causa do Custo Brasil.
No entanto, os incentivos são caros e atuam contra a concorrência, pois protegem empresas já estabelecidas, dificultando os ganhos de produtividade. Assim, a produtividade seria beneficiada também por uma reforma tributária que simplificasse radicalmente o sistema de impostos e contribuições.
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